E, voilà! A palavra de hoje é Precatória. Aprendemos mais um termo jurídico,
indispensável para você que busca seu divórcio como água no deserto, já que o
seu ex-cônjuge se foi, antes tarde do que nunca, “praputaqueupairilll” de outro
estado.
Já que é para não perder o bom humor:
-Você poderia repetir a palavra? –
Perguntou a candidata ao prêmio
-Sim – respondeu o professor-
PRECATÓRIA
-Hummm. Poderia me dar uma aplicação
na frase?- Retrucou a aluna, com uma certa insegurança no olhar.
-Mas claro- respondeu o atento
professor- “A oficiala de justiça a procurou em casa para entregar-lhe a carta
precatória de São Paulo”.
-Certo. Quero o seu significado- Diz
a garota, com ar de vitória.
- É um instrumento utilizado
pela Justiça quando existem indivíduos em
comarcas diferentes, em que a diligência nela requisitada tem de ser
cumprida por juiz da mesma hierarquia – Diz o discente, sem titubear.
-Precatória- repete a estudante-
P-R-E-C-A-T-acento agudo-O-R-I-A!
-Correto! Você ganhou o concurso-
Parabeniza feliz o mestre!
Sou médica. E como bom médico, avessa
às questões jurídicas. Para ser honesta, diria que tenho medo dos homens de
capa preta, que diferentemente do Zé Murieta* da minha infância, podem fazer
muito mal a você, que está quietinho no canto, sem atazanar ninguém.
Quando ouvi recentemente o termo
“carta precatória” o que me veio à mente foi a CPI dos precatórios, instaurada
em 1997, época em que eu não pensava em casamento, quanto mais em divórcio, e
que tudo parecia muito esquisito na política do Brasil. Contudo, apesar da
discussão do senado, precisei inteirar-me do assunto para negociar sobre o meu
envolvimento com a vara de família do estado de Minas Gerais.
Seja lá como for, considero as três
cartas que circulam com meu nome a representação típica de um triângulo
amoroso: sabe a história de José que amava Maria que amava João? Então! Era
Minas que procurava por São Paulo, que havia se mudado para Brasília. Ai,
foi Minas procurando por Brasília, enquanto São Paulo resolveu colaborar
e procurar por Minas, mas óbvio, fora de hora, de propósito e de
bom-senso, como já era esperado por Minas...
Entre pão de queijo, pizza e
sabe-Deus-lá-o-que-se-come-em-Brasília, fico eu a esperar... Pela decência de
quem nunca foi fiel; pela justiça dos “homens da capa preta”; pela minha
paz, que a muitos meses foi-me roubada; e pela reação da vida, já que,
segundo Newton e André Luiz, para toda força existe uma reação de igual
intensidade e sentido oposto. Portanto, certamente, ainda receberei de
recompensa tudo que ofertei de bom um dia. E de ruim também!
*Zé Murieta, o homem da capa
preta-Autor: Sypriano, Lilian; Martins, Cláudio Editora: Formato